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Altas temperaturas favorecem doenças de pele e exigem cuidados

Publicado por Sorrir de Novo em Dermatologia, Saúde | 0 comentários

Calor, praia e piscina. A proximidade do verão, que tem início no dia 22 deste mês, logo é associada à diversão e descanso, tempo de “recarregar as baterias”. É importante, porém, lembrar que em um aspecto não se pode relaxar jamais: o cuidado com a pele.

Nessa época, o maior órgão do corpo humano fica mais exposto e, por isso, sujeito a uma série de doenças. Uma das mais comuns é a fitofotodermatose, popularmente conhecida como “queimadura de limão”. Ela se dá após o contato com frutas e vegetais, sendo o mais característico o limão. Podem ocorrer ainda com tangerina, lima, figo, cenoura, coentro e salsa, entre outros alimentos que possuem substâncias chamadas furocumarinas, que são fotossensibilizantes, ou seja, deixam a pele mais sensível ao sol.

limao

A junção de limão e exposição ao sol causam queimaduras

“São manchas fáceis de serem identificadas. Inicialmente são eritematosas (vermelhas) e se tornam acastanhadas com o tempo, aparecendo em pacientes com histórico de contato com essas substâncias. Em casos mais importantes pode haver formação de bolhas”, explica a dermatologista da Unidade de Cosmiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Lilia Guadanhim.

A médica afirma que não há necessidade de tratamento, uma vez que as manchas desaparecem espontaneamente com o tempo. A prevenção é a principal medida. “Após contato principalmente com frutas cítricas, lave bem as mãos com água e sabonete antes de se expor ao sol e use protetor solar regularmente”, aconselha.

Também bastante comum com a chegada do calor, o miliária acomete principalmente as crianças e se manifesta por pápulas ou vesículas (pequenas lesões elevadas ou bolhas), vermelhas ou cor da pele, que podem ser assintomáticas ou pruriginosas (provocarem coceira). São as famosas “brotoejas”. “Elas ocorrem por entupimento dos ductos das glândulas secretoras de suor em dias quentes e úmidos e também podem ocorrer por uso de repelentes, pomadas e óleos que obstruam os poros. Pode-se prevenir o quadro usando roupas frescas e leves e mantendo os ambientes ventilados”, afirma Lilia. A ocorrência, em geral, não gera necessidade de tratamento, mas em alguns casos cremes de corticóide podem ser eficazes.

As micoses de pele e unha são outras patologias que aumentam nessa época, isso por serem tipos de doenças causada pela presença de fungos, organismos que gostam de ambientes úmidos. “São comuns em pessoas que suam muito ou ficam muito tempo com pé fechado em calçados. Importante dizer que o fungo é cosmopolita: está em qualquer lugar e, se der chance, ele vai crescer”, diz a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Christiana Blattner.

A especialista conta que há três tipos de fungos: os antropofílicos (que passam de homem para homem), os zoofílico (que vivem em animais, mas também podem ser transmitidos aos humanos) e os geofílicos (que estão no ambiente, como a areia da praia e também é transmissível). O último costuma gerar reação inflamatória mais intensa. “Do ponto de vista médico, é até ”preferível” adquirir esse tipo de micose, que coça mais, porque assim a pessoa vai procurar tratamento mais rápido”, diz Christiana, que explica que a patologia costuma ser negligenciada e acomete cerca de 60% das pessoas. “Tem gente que nem olha para o próprio pé. O problema costuma ser a má observação do corpo.”


Areia da praia é propício para micoses

Para evitar as micoses, a dica é sempre enxugar muito bem os pés. “Examine entre os dedo e, se preciso, use até secador de cabelo entre eles. Não dê condições para o fungo crescer e lembre que ele não sobrevive sem umidade”, afirma Christiana.
Para se livrar do problema, a solução é utilizar com antifúngicos. Normalmente, produtos para uso tópico já resolvem, desde que se faça o tratamento até o final. “Às vezes, o fungo fica escondido. Por isso, temos que tratar o local por mais tempo do que a pensamos que deveríamos, isto é, por mais que a aparência já esteja normal. O uso dos medicamentos deve ocorrer pelo menos por 30 dias”, diz a especialista. Para unhas, está disponível também tratamentos a laser em clínicas dermatológicas.

Rotina de verão – Além das recomendações acima, para se ter uma pele saudável e protegida durante toda a estação mais quente do ano é indispensável inserir na rotina de cuidados diários o filtro solar. “Deve-se usar um protetor de fator 30 ou superior, com proteção contra UVA e UVB, com reaplicação a cada duas ou três horas e após suor excessivo ou mergulhos. A fotoproteção física com chapéus, óculos escuros e guarda-sóis é uma ótima medida adjuvante”, diz Lilia.

O uso de hidratantes potentes também é incentivado, pois evita o ressecamento e o aspecto craquelado. Além disso, repelentes ajudam na proteção contra mosquitos, incluindo o Aedes aegypt , transmissor da dengue e do zika vírus, e não deve ser esquecido.

Falta de sol também pode causar problemas à saúde

Se é preciso tomar cuidado com a exposição ao sol, também é fundamental ficar atento à falta que ele faz ao organismo. Os raios solares trazem bem-estar e melhoram o ânimo e o humor. Além disso, o sol participa do metabolismo da vitamina D, cuja deficiência pode causar uma série de danos.

Está chovendo demais? Cuidado com a falta de vitamina D

“A vitamina D é capaz de melhorar o raciocínio, fortalecer unhas e fios de cabelo. Há uma lista de problemas relacionados a sua falta, até mesmo demência, esclerose múltipla e artroses”, afirma a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Christiana Blattner.

A deficiência de vitamina D pode levar ainda à osteoporose, muito comum entre mulheres acima dos 50 anos e de pele clara. Exames de sangue e densitometria óssea podem identificá-la.

Apesar disso, segundo o Consenso Brasileiro de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a recomendação é sempre manter a proteção solar, devido ao aumento importante do risco de câncer de pele associado ao aumento intencional da exposição solar. “Além do risco de câncer, a exposição solar também está relacionada ao envelhecimento, manifestado através de manchas e rugas”, alerta a dermatologista da Unidade de Cosmiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Lilia Guadanhim.

O bom-senso, nesse caso, é a melhor forma de conseguir a dose de vitamina D necessária sem comprometer a saúde da pele. “A pessoa pode tomar um pouco de sol na perna, de 10 a 15 minutos por dia, por exemplo. Não tem problema. Com apenas cinco minutos de sol no couro cabeludo também já se sai com vitamina D suficiente”, garante Christiana.

Fonte: Diário do Grande ABC

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Dra. Suellen Ferreira (Dermatologista)

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