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Quais são os riscos envolvidos em uma cirurgia?
Publicado por Sorrir de Novo em Risco Cirúrgico | 0 comentários
Da simples remoção de uma verruga a um transplante cardíaco, todo procedimento cirúrgico tem riscos que, em sua maioria, podem ser evitados ou minimizados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 3% e 16% das cirurgias de alta complexidade realizadas em países desenvolvidos registram complicações graves. De forma geral, as pessoas têm consciência de que pode ocorrer algum problema quando alguém próximo ou elas próprias se submetem a uma cirurgia de maior porte ou mais complexa. Porém, a maioria acredita que nada pode dar errado em procedimentos mais simples, às vezes realizados em consultórios ou clínicas que, eventualmente, nem têm recursos para lidar com uma emergência cardiorrespiratória, por exemplo. Há, de fato, uma relação entre riscos e complexidade da cirurgia. Mas todos os procedimentos cirúrgicos, por mais simples que sejam, podem ter problemas. No entanto, são muitas as formas de preveni-los ou minimizá-los.
Uma ação que tem contribuído para reduzir a ocorrência de problemas é a solicitação, pelo médico, de uma avaliação prévia de risco cirúrgico e anestésico. Mesmo para procedimentos de menor complexidade, é prática frequente a avaliação cardiológica e respiratória e a realização de alguns exames complementares que podem detectar alterações, principalmente cardíacas, que não manifestam sintomas. Nos últimos anos, foram estabelecidas diretrizes brasileiras, norte-americanas e europeias, com critérios que relacionam o tipo de cirurgia ao perfil de risco de cada paciente e determinam quais exames devem ser realizados. A entrevista clínica com o paciente é essencial e deve ser a primeira avaliação a ser feita. Alergias, cirurgias anteriores e outros problemas de saúde também devem ser levados em consideração.
Todos os procedimentos cirúrgicos, por mais simples que sejam, podem ter problemas. No entanto, são muitas as formas de preveni-los ou minimizá-los.
Uma das possíveis complicações é a infecção do local da cirurgia. Apesar dos avanços na prevenção, a contaminação por bactérias e outros microrganismos é uma possibilidade real. Parte do risco está relacionada à própria cirurgia, mas a contaminação pode derivar de outras fontes, como práticas inadequadas durante o procedimento e falhas no processamento dos materiais e instrumentos utilizados. Estas podem ser prevenidas com a esterilização correta, procedimentos rigorosos e equipes treinadas.
Erros humanos também estão na origem de eventos indesejáveis. Boa parte deles, porém, pode ser evitada com uma simples e poderosa ferramenta, o check-list, prática estimulada pela OMS. Trata-se de uma lista de itens que devem ser verificados pelas equipes de enfermagem, anestesia e cirurgia imediatamente antes do ato cirúrgico. A lista inclui vários elementos, alguns aparentemente óbvios, como a identificação do paciente e a marcação do local a ser operado. Demandando poucos minutos para ser executado, o check-list tem tido um papel importante para reduzir os riscos nas cirurgias nas instituições em que é adotado.
Cirurgia sem riscos associados é um mito, mas são muitas as possibilidades de prevenção e minimização. Cabe aos profissionais e às instituições incorporar os melhores recursos e práticas de segurança e informar o paciente com clareza e honestidade sobre riscos, alternativas e benefícios relacionados com o procedimento, antes da assinatura dos termos de consentimento cirúrgico e anestésico. O paciente tem o direito de conhecê-los para fazer as suas escolhas.
Fonte: Einstein